Rede Leitora Terra das Palmeiras

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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

III Concurso Literário... sonhos realizados!


Nesta última sexta-feira não aconteceu somente o III Concurso Literário, aconteceu pela terceira vez na Cidade Olímpica periferia de São Luís, o terceiro marco poético na história da comunidade.  O concurso foi realizado na quadra da escola Educando que tem a direção de uma mulher que sonha o presente, não somente um presente para si, mas para todos de sua comunidade: Leia. Querida por todos os alunos fez uma fala muito emocionante sobre o inicio da Escola Educando (idealizadora do projeto), de como foi difícil as primeiras aulas, quando a escola eram somente duas salas pequenas e de taipa. Na sua mensagem, o mais difícil nem era o espaço, mas a voz das pessoas que não acreditavam em seus sonhos, mesmo quando tudo diz o contrário, devemos acreditar em nossos sonhos e buscar realiza-los.

O III Concurso Literário teve a participação direta dos mediadores da Biblioteca Comunitária Josué Montello que organizaram todo o espaço e ainda colaboraram nas apresentações dos poetas. A bibliotecária  Thais Rodrigues fez também uma fala, ressaltando a importância da biblioteca para que estes novos poetas surgissem e para que novos apareçam.

O concurso teve a participação do grande educador e poeta da UI Maria José Aragão, Wilson Chagas. Ele chegou até a se inscrever, mas disseram que seu texto e currículo eram muito elevados para os concorrentes. Este fato já será resolvido para as próximas edições do Evento, que serão realizadas por categorias e por faixas etárias, viabilizando a participação de todos. Alguns alunxs do Maria Aragão participaram com suas poesias de III Concurso Literário.

No fim temos não somente um vencedor mais diversos vencedores, todos estes que participaram e todos o que de alguma forma colaboram com essa linda atividade poética realizada na periferia de São Luis. A premiação foi feita com Livros que aguçaram ainda mais o imaginário destes grandes-pequenos poetas.

Para um grande concurso, grandes jurados, dentre eles Prenteci Veloso autor de "Folhas que caem, vidas que seguem", Raimundinha Frazão, nossa ilustre poeta cordelistas e a mediadora de leitura e graduanda em Letra Carla Medeiros.

Ficamos muito felizes com tudo o que aconteceu neste dia. E já estamos aguardando o próximo com todas as novidades, e desejamos que o sonho que ali foi presenciado e vivido possa ganhar cada vez mais amplitude e asas.
















quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Vamos GRITAR na Biblioteca?


“Mas como assim gritar na biblioteca?”, você deve estar se perguntando. Segundo a bibliotecária Thaís Rodrigues, da Rede Leitora Terra das Palmeiras, o espaço das bibliotecas é um lugar de barulho, isso mesmo, BARULHO. Por mais que seja meio estranho, é isso mesmo. Ela explica que como as bibliotecas são lugares de grande profusão de conhecimento, não há como ficar calado. Quem nunca falou alto em uma biblioteca? Ao lermos um livro, queremos logo compartilhar o que estamos lendo, as descobertas. A imaginação fica a todo vapor e nem sempre temos como medir a altura da voz.  Pense numa biblioteca cheia de diálogos e conversas sobre histórias e autores, seria bom, não é?!
Então Gritar ora ou outra, faz parte do processo de conhecimento. É o barulho do conhecimento que não pode ser calado. Então se estiver em uma biblioteca e alguém disse para falar baixo diga que é o conhecimento falando alto. Mas com uma ressalva, que sejam sobre os livros e não sobre qualquer coisa e perceba se não está atrapalhando ninguém que queira fazer somente uma tranquila, pois não é somente com barulho que o conhecimento chega, precisamos refletir sobre o que estamos lendo.
Compartilhe sua leitura!


Escreva um comentário sobre o livro que você está lendo.



segunda-feira, 10 de outubro de 2016

EXTRA! EXTRA! FAROL ABANDONADO!

Farol repleto de cartazes exigindo nossos direitos

Exigimos a Reabertura do Farol.
É um direito nosso.
É um direito de toda a comunidade.
É um direito de todos no Maranhão que está sendo deixado de lado.

Hoje dia 4 de outubro de 2016 foi realizada a 2ª CAMPANHA ESTADUAL de INCENTIVO Á LEITURA.  Porém o dia D da leitura não pode ser só UM dia. É necessário que se entenda que LER É UMA AÇÃO CONSTANTE.
Esse mesmo Estado que se diz incentivador da leitura é o mesmo que até hoje sequer respeita a Lei 12.244 (que trata da obrigatoriedade das instituições de ensino possuírem bibliotecas escolares). É inadmissível que estejamos a quatro anos da implementação da Lei e não existir uma equipe dentro da Secretaria de Estado de Educação do Maranhão... dentro da estrutura do Governo do Estado... uma equipe técnica que esteja trabalhando no Estado como um todo. 
O modelo de biblioteca implementada no MA ainda é aquele que impera a apatia. Profissionais bibliotecários é uma raridade dentro das bibliotecas escolares, bem como o profissional auxiliar de biblioteca, ou seja, pessoas com essa formação técnica não existem dentro de nossas bibliotecas. Nas bibliotecas escolares em sua maioria encontramos professores que foram afastados da sua função por problemas de saúde são colocados sem o menor preparo e sem orientação técnica da (o) profissional bibliotecária(o) e ainda com carga horaria reduzida. Essa bola de neve acaba recaindo em cima das comunidades de periferias que não podem usufruir destes equipamentos culturais e educacionais  que seriam as bibliotecas vivas, se as mesmas fizessem parte de nosso cotidiano.
É sempre importante lembrar que a sociedade não quer apenas que esses espaços de cultura, informação e lazer sejam abertos a toque de caixa. E sim que as bibliotecas escolares, os faróis da educação ou do saber, sirvam as comunidades de forma atuante com atividades de incentivo à leitura permanentes, equipes qualificadas e em numero suficiente para atender a comunidade em diferentes turnos e por que não de segunda a segunda (sonhar não custa nada). Que essa equipe seja composta por profissionais bibliotecários, estagiários, auxiliares de bibliotecas, etc. Que a equipe técnica tenha capacitação constante para melhor atender a comunidade.


Alunos que na saída da escola poderiam ir na Biblioteca do Farol, só que não.
Hoje dia 4 de outubro um grupo que faz parte da Rede Leitora Terra das Palmeiras realizou um movimento de conscientização da comunidade próxima ao Farol da Educação Sousândrade no intuito de esclarecer que transformar o farol em um deposito para guardar carrinho de churrasquinho e outros apetrechos de ambulantes que fazem seus comércios na calçada do ABANDONADO FAROL é uma falta de respeito para com a população. Enquanto diversos alunos da escola que fica ao lado do farol necessitam desse espaço para diferentes formas de socialização, cidadania, conhecimento, informação... o Farol serve de deposito, agora não mais de livros. Triste ver esse cenário.
Nós, da Rede da Terra das Palmeiras em mobilização fomos atrás de nossos direitos. Fizemos cartazes. Mobilizamos a comunidade de perto. Fizemos o que o Farol da Educação Sousândrade não faz a mais de oito anos (já nem lembramos a ultima vez que vimos o Farol aberto).
Um trabalhador de perto disse que a biblioteca quase não tem mais livros e que a mesma, está sendo usada de deposito para carrinhos de cachorro-quente e tudo mais, ou seja, livro que é bom, nem sabemos onde foram parar, ou melhor, sabemos. Ficamos sabendo que os livros ficam em depósitos nas escolas vizinhas. Mas daí me pergunto: Livro não é para ser lido? Então por que estão sendo usados para alimentar traças e cupins? 
LIVRO TEM QUE ALIMENTAR É PENSAMENTO! NÃO TRAÇA.

Durante este primeiro de muitos outros Atos Literários no Farol, diversos alunos, que seriam atendidos por este importante Equipamento de Saber Público, participaram das mediações de leitura, contações de histórias, falas e protesto contra a usurpação do direto à Leitura e ao Livro.
Estávamos muito felizes em ver as(os) alunas(os) expressando através da fala as suas revoltas com a falta desse bem cultural. O movimento em prol das bibliotecas (escolares, comunitárias, públicas) vai continuar. Hoje foi só uma de enumeras ações que iremos realizar em prol da leitura em nosso estado, nosso município, nos bairros carentes da nossa ilha do amor.


Vigilante que colocou até cadeira para fora para ouvir umas histórias... DE UM FAROL ABANDONADO.
Não tem como a gente pensar que nós, sociedade civil, vamos mudar a realidade das bibliotecas se o Estado não assumir isso como um programa de governo. O Estado tem que assumir plenamente essa ação. Tem que assumir que se ele não fizer uma força tarefa pra colocar profissionais bibliotecários, pessoas capacitadas dentro das bibliotecas escolares, faróis vamos continuar desse jeito... o aluno sem nenhuma afinidade com a biblioteca, sem nenhuma afinidade com o livro, sem nenhuma motivação pra ler e os resultados negativos ai: faróis fechados, bibliotecas escolares inexistentes.


Todos paravam para saber o que estava acontecendo. Perguntavam se estava reabrindo. Uma vergonha para o Governo.

Continuaremos com o corpo a corpo com o poder público exigindo que o mesmo se comprometa com as politicas públicas do livro, leitura, literatura e bibliotecas e efetive as mudanças necessárias que emanam do povo.

POR UM MARANHÃO LEITOR

VIVA A LEITURA

Texto de Thais Rodrigues (Bibliotecária da RLTP) 
Colaboração de Layo Bulhão (Comunicador da RLTP)
Revisão de Texto por Carlos Wellington (colaborador da RLTP)
Doutorando em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Maranhão. Bibliotecário.